Liga 2 “Quando voltei foi mais fácil, porque me fizeram sentir que precisavam de mim e isso foi a principal razão para ter regressado mais forte”.

O médio Jordan Van der Gaag tem sido uma das figuras da União de Leiria ao longo desta temporada. O jogador, de 25 anos, concedeu uma entrevista ao site da Liga Portugal.

Liga Portugal – Aos 25 anos, assume-se como figura de destaque na U. Leiria. Está na melhor fase da sua carreira?
Jordan van der Gaag – Posso dizer que sim. De todas as épocas, mesmo estando lesionado durante algum tempo, foi a melhor que tive.
LP – Queria também falar sobre a lesão. Como é que foi o processo, a recuperação e a facilidade com que se voltou a afirmar?
JVDG – A lesão não foi grave, mas piorou porque quando estava perto de regressar, voltei a rasgar. Em vez de serem seis semanas, foram quase três meses, que é muito tempo. Mas nesse período senti sempre muito apoio. As pessoas diziam-me que eu era muito importante para a equipa e isso ainda me deu mais confiança. Foram os adeptos, os meus colegas… Quando voltei foi mais fácil, porque me fizeram sentir que precisavam de mim e isso foi a principal razão para ter regressado mais forte.
LP – Nasceu nos Países Baixos, mas veio muito jovem para Portugal, onde fez toda a sua formação. Como sénior, cumpre a quarta temporada consecutiva em solo luso. É aqui que se sente em casa?
JVDG – Sim! Posso dizer que já me sinto mais português que neerlandês. Eu nasci nos Países Baixos, aos dois anos viemos viver para a Madeira, porque o meu pai [Mitchell van der Gaag] foi jogar para o Marítimo. Eu cresci cá, apesar de em casa continuarmos a falar holandês. Sinto-me bem em Portugal, os três anos em que joguei nos Países Baixos sempre tive o desejo de voltar para cá.
LP – Como foi a adaptação a Leiria? Em Portugal viveu essencialmente na Madeira e em Lisboa…
JVDG – Foi fácil porque já conhecia algumas pessoas cá. A U. Leiria arranjou-me logo casa, o que facilitou. Estou também a uma hora de Lisboa, o que me permite estar com a família quase todos os fins-de-semana. Morava aqui com o Afonso Valente [atualmente no SC Covilhã], que já conhecia do Estoril e isso foi bom.
LP – Quando, na temporada passada, assinou pela U. Leiria, deixou a BSAD, na altura na Liga Portugal Betclic, para rumar à Liga 3. Como é que o projeto leiriense o aliciou?
JVDG – Eu vim de uma fase complicada na BSAD, também fruto de algumas lesões… As coisas não me corriam bem. Já tinha 24 anos, não era aquele miúdo, aquela promessa… Pouca gente sabe isto, mas falei com o meu pai e com a minha família porque foi uma grande mudança. Olhei como se fosse uma última oportunidade. Pensei que se as coisas não funcionassem na Liga 3, era porque nunca iriam dar. Meti essa pressão em mim. Quando o mister Vasco [Botelho da Costa] me ligou, não tive de pensar muito. Ele deu-me confiança e a U. Leiria também já tinha falado comigo. O projeto foi muito bom, mostrou muita ambição.
LP – Atua pela primeira temporada na Liga Portugal SABSEG. O que está a achar da competição?
JVDG – É estranho dizer, mas na Liga Portugal Betclic sinto que há mais espaço para um jogador como eu ter bola. Diria que na Liga Portugal SABSEG as equipas são mais físicas. Ao nível de competitividade, diria que são ligas muito parecidas. A Liga Portugal SABSEG surpreendeu-me muito, porque eu joguei na segunda divisão nos Países Baixos e pensei que seria semelhante, mas cá há muito mais qualidade, em todos os aspetos.
LP – Há uma história por trás do seu nome, não é?
JVDG – O meu pai era grande fã do Michael Jordan. Ele primeiro pensou em Michael, mas como gostava mais de Jordan, acabei por ficar com esse nome. Ele também gostava muito do Magic Johnson, mas chamar o filho de Magic não podia ser [risos].
LP – O Jordan partilha essa paixão com o pai ou prefere outras modalidades?
JVDG – Sou mais adepto de outras modalidades. Vejo muito futebol, claro, tenho Messi como referência, mas gosto de Fórmula 1 e de ténis, também.
LP – O apelido Van der Gaag não é estranho em Portugal, pela carreira do seu pai, Mitchell. Sente que as pessoas o relacionam com o ele?
JVDG – Vão sempre buscar o meu pai. Para mim, não tem mal. Ele foi importante no Marítimo, as pessoas conhecem-no bem. Agora como treinador também está a fazer um bom trabalho. Já está no Manchester United [como treinador-adjunto], que é um clube de topo.
LP – Sente-se desenquadrado em casa? O seu irmão, Luca, também seguiu as pisadas do pai…
JVDG – Não sei onde fui buscar estas qualidades. O meu irmão é idêntico ao meu pai enquanto jogador. Se calhar a minha mãe é que tinha estas qualidades [risos]. As conversas em casa acabam sempre eles os dois contra mim. Mas o meu pai dá-me muitas dicas. Quando era miúdo e ele ia ver os meus jogos eu ficava um pouco nervoso. Sabia que ele era um bocado duro, mas foi uma pressão importante.
LP – Algum ensinamento especial do seu pai?
JVDG – Tinha 18, 19 anos, subi a uma equipa principal e ele sentia que eu estava relaxado. Mudou-me a mentalidade e isso foi importantíssimo.

André Bucho (RECORD)

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