AF.Leiria I Um sintético para recuperar o Mirense

Devolver o bairrismo à União Recreativa Mirense (UR Mirense), ter camadas jovens de formação e adeptos na bancada. Estes são os principais objetivos do recentemente eleito presidente da UR Mirense, Manuel Balela. Para os concretizar, tem uma aposta muito concreta: melhorar as condições das instalações do clube, revitalizando os balneários e substituindo o atual relvado por um campo sintético. Para esta segunda obra, o clube candidatou-se ao fundo Crescer 24, um fundo criado pela Federação Portuguesa de Futebol, que distribuiu o valor pelas associações de futebol distritais para poderem, depois, dividir pelos clubes que se candidatassem. A UR Mirense foi um dos clubes que se candidatou com este projeto concreto e que vai receber um total de 52 mil euros (tendo já recebido uma das primeiras tranches). A Câmara Municipal de Porto de Mós subsidiará o restante.
Apesar de consciente de que há «muitas pessoas em Mira de Aire que não concordam» com esta obra, Manuel Balela acredita que pode devolver dinamismo ao clube. «O Mirense só consegue ser sustentável se tiver camadas jovens. Temos duas equipas de benjamins a jogar futsal, quando chegam aos infantis vão-se embora porque não têm seguimento aqui. Todos os anos perdemos 10 ou 20 jovens», revela. Com futebol de formação virá «outra fonte de rendimento, mais visibilidade, mais gente ao estádio, porque se há miúdos, vêm também os pais, os avós, os tios», acredita. A sua primeira passagem no clube foi como treinador, depois saiu e quando voltou, convidado pelo falecido presidente, António Lima, voltou com este propósito: «Ele convidou-me em 2020, antes da pandemia, eu disse que vinha mas que tínhamos que pôr um sintético e apostar na formação e ele disse para vir fazer esse trabalho», conta Manuel Balela. Lado a lado com o tesoureiro do clube, Jorge Gonçalves, que tratou da candidatura ao fundo, tem estado em reuniões com o Município de Porto de Mós para concretizar este sonho.
Uma relva sintética possibilitará um uso muito mais frequente e continuando, permitindo ter várias equipas a trabalhar. «O relvado que temos atualmente, se está um pouco de calor e falta água fica logo cheio de manchas amarelas, está cheio de buracos, no inverno, com a chuva, nem se consegue andar aqui. Depois é um crime, com a falta de água que há, a quantidade que se gasta aqui para regar», frisou o presidente. «Se houver um trabalho de base na formação, daqui a cinco ou seis anos vamos ter uma equipa sénior com estrutura, vamos ter miúdos que se identificam com o clube. No ano passado, por exemplo, perdemos seis ou sete miúdos [do futsal] que foram jogar para Minde», reitera Manuel Balela. «Eu fiquei no Mirense por isto mesmo, quero voltar a ter bairrismo no clube, não podemos ser o único da região sem futebol de formação», afirmou ainda.
A obra do sintético, pelas regras do Crescer 24, tem de ser iniciada «antes do final da época», ou seja, até ao final de julho. «Pensamos que em junho vamos começar as obras», antevê o dirigente. Depois, começará um trabalho de captação: «Ainda não avançámos com isso porque as épocas não terminaram, mas vamos ter o evento Penalty Cup a 6 de maio e depois a nossa intenção é fazer treinos de captação, não só para o futebol como para o vólei, que está a fazer um trabalho extraordinário», adianta o dirigente.

Obras não ficam por aqui
Para avançar num futuro próximo estão também obras nos balneários que, no ano passado, já tinham sido intervencionados com a colocação de chuveiros novos, já que os anteriores tinham a mesma idade que o estádio, 30 anos. Agora, no balneário da equipa da casa vão ser postos cacifos individuais, bancos novos e dado «um novo aspeto». Também os balneários da equipa visitante e da equipa de arbitragem vão ter bancos novos e vão ser colocadas novas réguas de cabides. A Câmara Municipal de Porto de Mós subsidiará uma parte e o clube assegura o restante.
Todo o estádio «está a precisar de reabilitação», mas que será feita gradualmente. «Agora vamos gastar as energias no sintético e nos balneários, depois, a pouco e pouco, com a carolice de alguns sócios e amigos, acredito que durante os fins de semana nos organizemos e vamos dando uma frescura ao estádio, fazendo a manutenção», espera.

Jéssica Moás de Sá – Jornal O Portomosense

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