CP I Há desistências à vista

Ginásio Figueirense abriu a caixa de Pandora ao admitir a possibilidade de poder não se inscrever na próxima época por falta de receitas, mas há mais clubes nesta situação.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) deu por concluído o Campeonato de Portugal (CdP) sem direito a descidas e, em teoria, 70 dos 72 participantes da edição desta temporada (dois sobem à II Liga e a fase de promoção encontra-se em análise) estarão assegurados em 2020/21.

No entanto, a realidade não será bem assim. O Ginásio Figueirense, que já estava praticamente despromovido na Série B, abriu a caixa de Pandora ao admitir que a inscrição na próxima temporada está em risco e há mais clubes na mesma situação. A FPF tenciona apertar a malha e os clubes que este ano foram ajudados pelo fundo de garantia salarial e que não tenham regularizado, entretanto, os vencimentos, podem ver barrada a entrada na prova.
Além disso, emblemas do interior ou das ilhas veem-se a braços com falta de receitas. “Nem o Ginásio nem nenhum outro do distrito da Guarda tem condições para estar no CdP. Estamos longe de tudo, os jogadores não querem vir e quando querem pedem muito dinheiro”, afirma Mário Russo, presidente demissionário do Ginásio Figueirense. António Fernandes, líder do Cerveira, também coloca reservas em relação ao futuro. “A ideia é participar e reduzir os prémios que dávamos. Contudo, preparávamos o início de época no verão, onde tínhamos algumas atividade em que angariávamos uma verba importante, e sem essas atividades não sei como vai ser…”, adverte. Higino Teles, do Câmara de Lobos, está “na expectativa”. “Queremos competir, mas há muita indefinição. Os apoios estão em risco”, afirm

Mário Russo, presidente do Ginásio, está demissionário e coloca o futuro nas mãos dos sucessores. Cerveira e Câmara de Lobos precisam de apoios. AD Oliveirense e União da Madeira também em risco

União da Madeira, AD Oliveirense, Fátima, Leiria e Olímpico do Montijo são os emblemas que em 2019/20 receberam apoio do fundo de garantia salarial. A AD Oliveirense interpôs recurso da declaração de insolvência decretada em janeiro, porém Marco Sousa, vice-presidente do clube que “rasgou” o protocolo com a SAD, duvida que a mesma consiga inscrever a equipa. “A SAD terá que acertar todos os incumprimentos antes do julgamento, que pode atrasar com a pandemia e arrastar-se para o início da época, mas para isso teriam que estar vinculados a um clube, pois só pode competir quem tiver formação certificada, e neste momento não há relação entre as partes”, declara. O União da Madeira espera pela assembleia de acionistas para decidir o que aí vem e o Fátima não respondeu. O Leiria quer completar a venda da SAD após o levantamento do estado de emergência, enquanto o Montijo já tinha prometido liquidar os atrasos com o plantel.

Situação mexe com os distritais

As subidas dos campeonatos distritais também continuam a ser analisadas pela FPF, mas a possível desistência de um ou mais clubes garante a promoção a pelo menos um emblema das associações com “maior número de clubes a disputar as provas seniores”, conforme está elencado no ponto 7 do artigo 25 do regulamento do CdP. A AF Porto é a primeira a beneficiar desta premissa e viu dois clubes subirem aos nacionais em cada uma das últimas duas épocas: o campeão e o “repescado” Valadares, em 2019, e o Leça, em 2018.

Jornal O JOGO

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