
Corria o Verão de 2011 quando ao CD Fátima chegava um jogador de 19 anos, proveniente dos juniores do Sporting, que já impressionava pela sua estampa física, mas não só. Bastaram alguns treinos para William Carvalho, na altura um ilustre desconhecido, chamar a atenção do técnico Ricardo Moura que não se fez rogado em apostar no jovem que fazia a sua primeira época de sénior, como titular absoluto no CD Fátima.
Dois anos depois, William Carvalho foi chamado à selecção nacional por Paulo Bento, tendo registado uma ascensão meteórica no futebol nacional que surpreendeu até quem trabalhou com ele bem de perto. “Desde logo que me apercebi que estava na presença de um jogador de muita qualidade. Era um atleta muito profissional, que levava os treinos muito a sério. Tinha uma mentalidade que servia de exemplo para os mais novos, mas também para os mais velhos. Acreditava que pela sua qualidade podia chegar longe, mas tenho que admitir que não imaginava que o fosse conseguir de uma forma tão rápida”, confessou o actual técnico do Caldas, Ricardo Moura.
O jovem médio foi titular nas 13 primeiras jornadas na 2.ª divisão nacional, onde marcou três golos ao serviço do Fátima, jogando preferencialmente a trinco, mas também como defesa-central ou médio interior. Brilhou de tal forma, que rumou à Bélgica onde actuou no Cercle Brugge, da 1.ª divisão, voltando a destacar-se pela qualidade do seu futebol.
Para Ricardo Moura, o talento que teve em mãos não enganava. “Na altura dizia que ele tinha caído aqui de pára-quedas porque já tinha valor para actuar em patamares mais altos. Sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, ele iria segurar um lugar no Sporting”, disse, acrescentando que as principais características de William Carvalho são a sua “humildade”, sendo um atleta “acessível, pacato e tranquilo”.
Em relação à chamada do jogador à selecção nacional, Ricardo Moura não tem dúvidas que William Carvalho será, a curto prazo, um titular absoluto. “Não há ninguém com capacidade para lutar com ele na posição em que joga. Acredito que o Paulo Bento não o ponha já a jogar, mas, por exemplo, contra a Suécia, ele pode ser importante já que é um jogador alto, agressivo, muito bom em termos técnicos e tácticos. Em suma, é um jogador muito completo”, frisou.
O técnico Ricardo Moura diz ainda quem mantém contacto regular com a nova coqueluche do Sporting e da selecção nacional, confessando que o melhor conselho que lhe pode dar é que “seja igual a si próprio”.
Questionado se assume parte da responsabilidade pela ascensão meteórica de William Carvalho, o técnico Ricardo Moura garante que fica satisfeito por o ter “ajudado na integração” no CD Fátima, mas assegura que o mérito “é todo dele”.
José Roque