CP I “Vamos lutar por criar um projeto vencedor”

Líder da SAD do Fátima desde setembro de 2019, Noel Gomes assume que o início não foi fácil, mas deixa a garantia de que as dificuldades estão a ser ultrapassadas. O empresário do Grupo Lleon revela ainda a estratégia para aquilo que diz ser um projeto ambicioso mas humilde para o emblema do Campeonato de Portugal.

Começando pelo início, perceber de onde surgiu o interesse do Grupo Lleon em investir num clube do futebol e porquê o Fátima?

O Grupo Lleon está ligado principalmente a outras áreas [indústria alimentar, trading e tecnologia], mas há três anos entrámos no mundo do futebol através de um contacto com um sócio chinês que pretendia investir na formação. Acabámos por ajudar na conexão do Benfica com a China e a expansão da marca. Foi então que sentimos necessidade de nós próprios entrarmos mais a fundo na indústria do futebol.

Apesar de todo esse potencial, o início acabou por não ser fácil?

Sabíamos que existiam dificuldades, caso contrário não nos abriam a porta, mas foi um início algo atípico. Entrámos a poucos dias do início do campeonato sem equipa e levámos com uma situação de passivo com credores. Não era uma coisa que se ia estalar os dedos e acontece. As pessoas olham para os investidores como um banco, mas somos uma entidade privada que entrou para fazer negócio e rentabilizar. Depois, devido à nossa falta de experiência, acabámos por não travar um orçamento que estava subdimensionado para o clube e que era surreal [um milhão de euros para jogadores e equipa técnica]. Tínhamos atletas a ganhar 2200 euros no Campeonato de Portugal e num Fátima em debilidades… Tivemos que sanear essa situação e redimensionar o orçamento da equipa.

É esse um dos motivos que justifica a saída de vários jogadores durante o mês de janeiro?

Tínhamos um orçamento excessivo e não podíamos andar assim, tivemos de o resolver, reajustar e ter uma equipa nivelada.

E entretanto o clube acaba por também decretar falência…

Quando aparece a pandemia, o nosso objetivo foi trabalhar o Processo Especial de Revitalização (PER), que ajudou a estancar. Entretanto temos vários processos pendentes com entidades, coisas do passado, e nuns fomos tendo sucesso, noutros não. Por isso, foi decretada a insolvência.

Qual é o futuro deste Fátima?

Entro em projetos para vencer, gosto de estar em projetos de referência, mas o sucesso não depende só de nós. Existem vários fatores que podem limitar o projeto. Nós estamos conscientes das nossas limitações e vamos construir a nossa equipa para que tudo corra bem, mas também precisamos de ajuda do outro lado, caso contrário, se as pontes não forem criadas, o Grupo Lleon deixa de ter interesse em estar com o Fátima. Mas enquanto aqui estivermos vamos lutar por criar um projeto vencedor, ambicioso, mas sempre muito humildes e com os pés no chão. Agora temos uma visão mais clara para um clube do Campeonato do Portugal que tem aspirações de crescer.

Bruno Henriques (Jornal A BOLA)

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