AF.Aveiro I “O desfecho final conferiu, de uma vez por todas, o sentimento de justiça e de dever cumprido”

Após três tentativas infrutíferas, Ricardo Maia retirou o S. João de Ver das competições de âmbito distrital, numa temporada 2019/20 sólida exibicionalmente, mas com alguns sobressaltos e avanços e recuos por parte dos organismos que tutelam o futebol em Portugal, no que concerne às deliberações, tendo em conta o término antecipado das provas, devido ao surto epidémico que assola o planeta. O jovem técnico de 32 anos, natural de S. João de Ver, ambicioso, promete uma equipa com identidade e aponta à valorização do seu estilo de jogo e do próprio jogador

Correio da Feira – Não foi à terceira, foi à quarta. Na quarta época enquanto técnico do S. João de Ver, faz regressar o clube aos campeonatos nacionais. Analise, até ao momento da paragem, devido ao surto epidémico de Covid-19, a caminhada do S. João de Ver no Campeonato SABSEG.

Ricardo Maia – Não foi à terceira nem à quarta. Foi apenas no momento certo e quando tinha de ser. Tudo o que havia sido feito, que culminou na subida aos nacionais, teve relacionado com criar uma identidade própria, assegurar estabilidade e crescer de forma sustentada a todos os níveis. Em relação ao percurso no Campeonato SABSEG, o S. João de Ver foi, de forma vincada, superiorizando-se aos seus adversários até ao momento da paragem. Tão importante quanto os números atingidos foi o rendimento coletivo que a equipa conseguiu apresentar dentro de campo, na grande maioria das jornadas disputadas.

Um percurso realizado em velocidade cruzeiro. Em 23 jornadas realizadas, foram 20 as vitórias, dois os empates e apenas uma derrota – e 13 os pontos de avanço sobre o 2.º classificado. Houve um desnível competitivo entre plantéis, em Aveiro, na época 2019/20?

Sabemos que por norma quem luta pelo título tende a apetrechar-se para que, no mínimo, possa lutar por esse objetivo. Ao invés, quem luta pela manutenção, com menos recursos, fará o mesmo para esse cenário. Logo, o Campeonato SEBSEG não foi diferente dos demais. A verdade é que partimos como uma das (três) equipas com mais ambições pela luta da promoção e depois, como sempre, quem conseguir apresentar uma maior regularidade de triunfos acabará por ter um final feliz.

Durante a paragem forçada, e com o 1.º lugar praticamente assegurado, e consequente subida em mira, vários foram os rumores relativamente a possíveis desfechos para a época desportiva. Como é que os seus jogadores iam reagindo a tanta (des)informação?

Foi sem dúvida o período mais difícil da época. Primeiro porque não é fácil ver interrompido um percurso de sucesso e de uma envolvência diária de permanente felicidade. Depois porque a conclusão da época, ao ficar entregue às instâncias oficiais (Associação de Futebol de Aveiro/Federação Portuguesa de Futebol), gerou um misto de sentimentos que foram oscilando, entre todos, momentos de angústia com otimismo, à medida que os factos iam sendo anunciados. Pese embora a mensagem passada fosse de serenidade e confiança na resolução final, a verdade é que esta gestão emocional não foi fácil de gerir. O desfecho final conferiu, de uma vez por todas, o sentimento de justiça e de dever cumprido.

E o que pensou Ricardo Maia quando se constou que não iria haver promoções das competições de âmbito distrital para o Campeonato de Portugal?

Foi efetivamente o primeiro revés emocional relativamente a todas as equipas que se encontravam a liderar os principais campeonatos distritais. A partir de então, restava aguardar um alargamento do Campeonato de Portugal ou, como se veio a verificar, a alteração dos moldes competitivos da mesma prova. Portanto, na adversidade procurámos, ainda assim, analisar as restantes possibilidades com pensamento positivo.

Mas houve, foi algo que se efetivou. O S. João de Ver irá, em 2020/21, disputar o Campeonato de Portugal, que irá sofrer reformulações. Vai continuar ao leme da equipa?

Sim, continuarei no comando técnico do S. João de Ver na próxima temporada.

Foi fácil chegar a acordo para prosseguir no comando técnico do S. João de Ver?

Posso dizer que houve um entendimento e reconhecimento natural de ambas as partes. O facto de poder devolver o clube aos campeonatos nacionais, assim como seguir como treinador para esse patamar, foi a base da minha decisão.

Quais os objetivos que a Direção lhe exigiu atingir?

Com as devidas alterações no modelo competitivo do Campeonato de Portugal, o S. João de Ver, tal como os restantes adversários, sabe que irá jogar para quatro cenários distintos (2.ª Liga, 3.ª Liga, Campeonato de Portugal e distrital) na época 2021/22. Nesse sentido, o clube vai procurar afirmar-se nos nacionais, portanto o objetivo mínimo será a permanência e a ambição de todos fará certamente olhar para os lugares cimeiros. E quem sabe lutar por um lugar de acesso à 3ª Liga.

E quais as exigências de Ricardo Maia para com a Direção do clube?

As principais exigências são comigo mesmo e com quem lido diariamente ao longo da época. Com a estrutura diretiva, como disse anteriormente, há uma sintonia de ideias e/ou objetivos, pelo que a melhoria de condições estará sempre de braço dado com o melhor rendimento desportivo.

Relativamente ao plantel, quantos jogadores já renovaram? Pode desvendar alguns nomes?

Quanto às renovações, o clube contará com a base da época que agora finda e em breve serão conhecidos publicamente.

CORREIO DA FEIRA

Comentários e pings estão fechados.

Comments are closed.

Criado por pombaldir.com Nenhuma parte deste site pode ser reproduzido sem a autorização do jornal "O Derbie" Sugestões e Criticas a este site: [email protected] ou 968 628 512 e 236 217 163