O Espinho está vivo, é um clube centenário renascido, novamente em folia depois de anos de dilacerante amargura. A subida aos nacionais confirmada com vitória sobre o Oliveira do Bairro (3-2) deu asas à alegria de uma multidão, regada por uma espetacular reviravolta e carimbada sobre a hora com imediata invasão de campo.

Os craques do Sporting Espinho passearam-se pela cidade num autocarro panorâmico e viveram a emotiva receção na Câmara Municipal. O regresso ao Campeonato de Portugal traduziu-se numa farta e bonita celebração, percebendo-se a falta que fazem estes históricos na Liga, apoiados pela sua densa legião de seguidores, muitos deles fortemente ligados às tradições piscatórias. Carlitos foi um dos homens da vitória mais saborosa da época, confirmando o estatuto de goleador, alicerçada em 18 remates certeiros que foram aproximando o Sporting de Espinho da sua adorada e sedutora meta.

Entre imagens magnetizantes, absorveu-se euforia, caras emocionadas, crianças rendidas aos novos heróis, abraços e desarmante ternura num ambiente inspirador que saiu do Comendador Manuel Violas e penetrou por todos os cantos da cidade, numa sonora romaria temperada pelo cheiro do mar e pelo peixe na brasa.

«Foi uma subida não só do clube como da cidade! O clube conseguiu acordar os espinhenses. Andavam algo desacreditados em êxitos, mas tudo mudou graças a um grande presidente, com verdadeiro e incondicional amor ao clube. Era importante não desperdiçar esta oportunidade, depois do que aconteceu na temporada passada», atesta o avançado de 31 anos, que passou as últimas épocas na Liga 2, ao serviço da Oliveirense, lembrando a frustração já por ele vivida de ter visto a promoção escapar na derradeira ronda do Campeonato.

A BOLA