Hoje falamos com Carlos Graça, mais conhecido por Kay no mundo do futebol que iniciou a sua formação no Benfica, ingressando depois nos juniores da Académica. Fez carreira por Coimbra até que surgiu o Operário dos Açores. A partir daí foi sempre a subir, sendo mesmo Internacional por Cabo Verde.
Começaste a tua formação no Benfica, ingressaste nos juniores da Académica e, quando subiste a sénior foste para o tourizense. Sentes alguma mágoa por nunca teres tido uma oportunidade nos séniores da Académica?
Na altura confesso que foi um pouco difícil pois, tal como qualquer um dos meus colegas tinha o sonho de jogar pela briosa nos seniores, fiquei triste sim, mas não magoado . Mas tenho a certeza que se Deus quiser um dia realizarei esse sonho, é um dos objectivos da minha carreira pois a Briosa é um clube que aprendi a amar.Em Portugal é o meu clube
Fizeste uma carreira em crescendo, andaste pela 2ª Divisão B alguns anos até que chegaste ao Belenenses e, a partir daí foi sempre a subir. Achas que se essa oportunidade surgisse mais cedo não terias tido necessidade de sair do país para continuar a tua carreira?
Não acho, porque cada coisa tem o seu tempo, e ter andado na 2ªB e até mesmo na distrital tenho a certeza que foi o trunfo para me ter conseguido adaptar tão bem como jogador profissional e devo muito a todos os clubes por onde passei no futebol amador (Tabuense, Aljustrelense e Operário)
Como surgiu a Hipótese Roménia?
Surgiu de uma forma natural, terminei o meu contrato com o belenenses (foi um ciclo de dois anos maravilhosos que chegaram ao fim, mas acabaram por não querer renovar), aqui foi onde me ofereceram melhores condições de trabalho e aceitei .
A decisão de partir foi uma decisão fácil de tomar?
Acabou por não ser tão difícil porque vi que aqui me queriam realmente e estavam mesmo interessados em mim quando assim é as coisas tornam-se mais fáceis
“É um bom campeonato, muito competitivo, o principal problema é que alguns clubes acabam por estar com muitos problemas financeiros o que torna as coisas difíceis”
E como é afinal a realidade do futebol na Roménia?
É um bom campeonato, muito competitivo, o principal problema é que alguns clubes acabam por estar com muitos problemas financeiros o que torna as coisas difíceis. É sempre mau quando sabemos que colegas de profissão estão tanto tempo sem receber. Felizmente aqui no universitatea craiova nunca aconteceu ,mas passa-se em alguns clubes o que acaba por ser a única coisa negativa .
A Organização de jogos é boa como qualquer primeira divisão dos países europeus . Um exemplo da boa organização é a imprensa, cobre muito bem todos os jogos da jornada dando todos os jogos de todas as equipas na televisão.
Relativamente às Infra estruturas: São boas, óbvio uns melhores que outros mas são boas. Isso também em todo lado é assim os clubes com mais dinheiro têm melhores condições mas no geral as Infra estruturas são boas .
Cultura: Nisso posso falar mais da cidade onde estou pois tenho mais conhecimento de causa. Estou numa cidade onde adoram futebol e apoiam imenso o Craiova. Na rua somos muito bem tratados toda a gente sempre que saímos querem tirar fotos falar connosco e dar uma palavra de apoio isso é bom e acaba por ser um incentivo extra quando valorizam o nosso trabalho
O que mais destacas pela positiva? E pela negativa?
Mais negativo considero as finanças dos clubes pois estão muitos clubes em insolvência e não pagam. O facto mais positivo tenho de considerar a paixão que mantêm pelo futebol .
Qual a experiência mais estranha que já viveste nesta aventura desportiva?
Não tenho um momento assim estranho em que acontecesse algo fora do normal, mas talvez o facto de não podermos sair a rua e de não passarmos despercebidos é algo que não estava habituado e que na cidade onde estou acontece sempre quando saímos a rua.
“Lembro-me que os adeptos chegaram a ir aos treinos falar connosco mas foi tudo dentro do maior respeito, expuseram o descontentamento deles mas sempre com civismo”
Os adeptos romenos são conhecidos pela sua paixão pelos clubes, ainda há pouco tempo assistimos ao adeptos do dínamo Bucareste num jogo europeu do Steaua de Bucareste. Qual a relação dos adeptos com os jogadores? Nisso também tenho que falar mais do meu clube e da minha cidade pois é onde conheço melhor a realidade. Até agora nunca tivemos nenhum problema com os adeptos, mesmo no primeiro ano quando as coisas não estavam a correr bem eles nunca entraram em conflito com ninguém. Lembro que chegaram a ir aos treinos falar connosco mas foi tudo dentro do maior respeito, expuseram o descontentamento deles mas sempre com civismo. Mas volto a dizer nisso falo da realidade que aconteceu em Craiova dos outros sítios não posso falar pois não sei.
Quais são os teus objectivos pessoais no Clube?
Já vou para a minha terceira época, como estou em último ano de contrato gostava de terminar este ciclo da minha carreira com a conquista de algum título, como aconteceu no belenenses… Seria o terminar de uma caminhada muito difícil com a cereja no topo do bolo, pois foram 3 anos duros.
Quais são as tuas expectativas para este projecto?
Pessoalmente quero valorizar-me o mais possível como jogador e, como pessoa, crescer e aprender. Em termos de clube tentar devolver ao Universitatea Craiova a grandeza que teve em outros tempos, acho que estamos em bom caminho mas a caminhada está só no início…
E o futuro?
Futuro? Não gosto de pensar muito no futuro pois acabamos por não viver o presente. Só quero viver e fazer bem o presente e o futuro depois se Deus quiser será risonho.
FOOT COIMBRA
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