O FC Porto cumpriu com a obrigação e venceu o Gafanha (0-3), numa partida em que o adversário até mostrou boa coesão defensiva e vontade de discutir o resultado, sobretudo na primeira parte, mas em que o dragão não precisou de acelerar muito para passar a eliminatória.
A festa da Taça viveu-se apenas nas bancadas, onde os adeptos de ambas as equipas foram incansáveis no apoio às suas equipas, numa saudável promoção do futebol, com duas equipas de dimensões bem distintas. No relvado, imperou a lógica, e segue em frente a equipa mais forte.
Nuno Espírito Santo não facilitou na escolha do onze para a partida, promovendo apenas três alterações relativamente ao jogo em que goleou o Nacional da Madeira (0-4). Na baliza surgiu, então, José Sá – que fez a estreia oficial com a camisola da equipa principal do FC Porto -, Boly fez companhia a Marcano no eixo da defesa e Maxi, regressado de lesão, voltou a competir como titular, quase dois meses depois.
Depois de se mostrar algo contida nos primeiros cinco minutos, a equipa do Gafanha soltou-se, mostrando-se atrevido e sem medo de olhar o dragão nos olhos. De forma natural, eram os azuis-e-brancos a assumir o jogo e a encostar o adversário à sua área, contudo, a solidez e solidariedade do conjunto gafanhão colocava inúmeras dificuldades a um FC Porto com pouco rasgo e lento na circulação da bola.
A solução para os problemas portistas surgiu pouco depois da meia hora de jogo, e teve o atrevimento adversário como condimento essencial. Após ganhar o primeiro canto, o Gafanha fez subir quase toda a equipa na tentativa de aproveitar o lance. O insucesso do mesmo, porém, permitiu um contra-ataque ao FC Porto que, aproveitando o desposicionamento do adversário, colocou-se em vantagem, com um golo de Otávio.
Pouco depois, após mais um raide de Otávio, o FC Porto podia ter voltado a marcar, não fosse Jota ter desperdiçado a excelente posição em que se encontrava, com um cabeceamento sem direção.
Até ao intervalo, o Gafanha ainda assustou os azuis-e-brancos, na marcação de um livre direto de Renan que saiu a poucos centímetros da barra da baliza de José Sá.
Com o resultado a manter-se na diferença mínima, a toada do jogo manteve-se na etapa complementar. O FC Porto dominava ainda mais a posse de bola, o Gafanha tentava controlar o ataque em posse do adversário, mas começavam a faltar-lhe forças e critério para responder ofensivamente.
Aos 65 minutos, Nuno Espírito Santo mexeu na equipa, com três alterações de uma vez, que reconfiguraram a frente de ataque, com Corona e Brahimi a tentar criar jogo para Depoitre, o avançado belga que entrava para tentar aproveitar o desgaste dos centrais contrários, na busca pela estreia a marcar pelos portistas.
Pouco depois das alterações, o FC Porto matou o jogo, num canto desviado por Marcano para a conclusão simples de Corona, ao segundo poste.
Já muito desgastados fisicamente, os jogadores do Gafanha já não tiveram forças para ir em busca do golo, ainda que tenham deixado uma imagem muito positiva do seu futebol.
Quase a terminar, tempo ainda para mais um fogacho de FC Porto que, mais uma vez através de uma iniciativa do mexicano «El tecatito» Corona – que fez a jogada e arrancou o cruzamento – chegou ao terceiro golo, por Depoitre, belga que se estreou a marcar vestido de azul-e-branco.
O resultado talvez seja demasiado pesado para a réplica dada pelo Gafanha, mas prevaleceu a força do mais forte, e o FC Porto segue para a próxima eliminatória da Taça de Portugal.
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