Catarina Lopes quer singrar no Sporting

A beneditense Catarina Lopes transferiu-se do A-dos-Francos para o Sporting e cumpriu um sonho de criança: representar o clube do coração. A jovem internacional não esconde a emoção pelo salto que deu na carreira, elogia as condições que encontrou na Academia de Alcochete e acredita que o futebol feminino pode crescer com a presença da equipa leonina na modalidade.

REGIÃO DE CISTER (RC) > Como surgiu o convite do Sporting?

CATARINA LOPES (CL) > Foi uma situação curiosa, porque o convite surgiu após algumas conversas acerca da possibilidade de vir a exercer a função de treinadora nos escalões de formação do Sporting, uma vez que tinha acabado a Licenciatura em Treino Desportivo e ambicionava trabalhar no clube. Todavia, a oportunidade acabou por surgir mas com outro papel… de jogadora do Sporting.

RC > Quando o clube anunciou a constituição da equipa sonhou em receber um convite, uma vez que é adepta do clube?

CL > Obviamente que sim! Ainda antes de ser anunciada já sonhava que um dia o clube voltasse a ter uma equipa feminina e que eu fosse uma das escolhidas para fazer parte do plantel. Nunca escondi que se trata do meu clube de coração e poder representar o Sporting no futebol feminino era algo que ansiava verdadeiramente.

RC > Quais têm sido as primeiras impressões do novo clube?

CL > Inúmeras! São sentimentos inexplicáveis que vamos sentido nestes primeiros dias de trabalho no Sporting! É, obviamente, uma realidade totalmente diferente daquela que eu tinha. Deparei-me com um clube com uma estrutura muito completa e competente, condições de excelência, métodos de trabalho exigentes e profissionais e um grupo de trabalho empenhado e que quer claramente vincar a sua posição.

RC > A chegada do Sporting ao futebol feminino pode impulsionar a modalidade?

CL > É claro que sim. É um clube com um enorme historial, imensos adeptos e simpatizantes e com grandíssima visibilidade, contudo é importante que também os outros clubes se mantenham, que tenham condições para assegurar as suas equipas e todas nós, mulheres, continuemos a lutar pelos nossos interesses e condições. Pois se existir a entrada destas “equipas grandes” e se outras equipas abandonarem a aposta no feminino, acabaremos por perder simultaneamente.

RC > Como é trabalhar em Alcochete, passando de uma realidade como a do A-dos-Francos para a melhor academia do mundo?

CL > Como já referi acima, é inexplicável a oportunidade que estou a viver! Tudo aquilo que nos envolve é profissional, rigoroso, controlado… de excelência! Desde os profissionais que nos acompanham, às infraestruturas que estão ao nosso dispor, a dedicação das jogadoras, a abertura de todos os profissionais estando ou não diretamente ligados à equipa feminina… É um espaço onde crescemos a cada dia que passa! Porém, não descuro os outros clubes pelos quais passei, são realidades diferentes, mas cruciais no nosso crescimento. Como é o caso da Beneditense, do CRP Ribafria, do Vidais e do A-Dos-Francos, este último que representei estando rodeada também de pessoas responsáveis e competentes e um excelente grupo de jogadoras, colegas e amigas, que muito contribuíram para que hoje possa estar aqui!

RC > Tem tido uma carreira feita a pulso. Sente que é um exemplo para as meninas da nossa região que ambicionam, um dia, chegar à elite do futebol feminino?

CL > Se sou um exemplo, não sei, mas se for, fico felicíssima! Tudo aquilo que faço no futebol é com coração, por gosto pela modalidade e também para o meu bem-estar. Dar-lhes-ei uma experiência de vida diferente de muitas outras e, de certa forma, isso pode ser importante para o crescimento de muitas meninas que pretendem um dia vincar no futebol. Quer como jogadora, quer num futuro próximo e já presente como treinadora, pretendo que existam cada vez mais interessadas e que eu possa ser sempre alguém que contribua para o seu sucesso enquanto jogadoras, mas também como seres humanos.

RC > O Sporting é o grande favorito à conquista do título?

CL > Estamos aqui para isso. Um clube como o Sporting Clube de Portugal entra em qualquer competição para vencer e a equipa feminina parte com essa ambição de conquistar títulos. Todavia estamos cientes das dificuldades que vamos encontrar, pois não somos a única equipa no Campeonato Nacional. Existem muitas equipas com qualidade, jogadoras experientes, criativas, brilhantes tecnicamente, inteligentes taticamente e isso é importante para o Futebol Feminino em Portugal. Porém, vamos entrar em cada jogo/competição para vencer.

RC > Como consegue conciliar os estudos com a exigência de representar o Sporting?

CL > Acredito que quando queremos muito uma coisa, tudo conspira em nosso favor! E se há algo crucial para mim é a minha vida académica e futuramente profissional. Sempre quis vingar no futebol, mas nunca ponderei deixar para trás os estudos. Desde sempre fui organizada o suficiente para conciliar tudo da melhor forma e os resultados têm sido positivos, em ambos os campos. Enquanto for possível… conciliarei ambos.

REGIÃO DE CISTER

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