
Há reviravoltas que marcam. O futebol é pródigo nisso e de vez em quando, assistem-se a cambalhotas memoráveis, como as de Manchester United e Liverpool na final da Liga dos Campeões contra Bayern e Milan, respetivamente, ou os dois golos nos descontos que deram o título inglês ao Manchester City. Em questões de classificação, também existem vários exemplos, como o Real Madrid em 2007 ou mesmo o FC Porto em 2013, recuperando ao Benfica. E é precisamente sobre o Benfica, mas o de Castelo Branco, que falamos.
,À 13.ª jornada, a equipa de Rui Amorim (tinha entrado quatro jornadas antes) praticamente ficava condenada ao fracasso de não conseguir o objetivo da ida à fase de subida. A seis pontos do Caldas e a 12 do líder União de Leiria, pouco restava senão dignificar a camisola até ao fim, um fim bastante complicado, com a ida a Caldas da Raínha e a receção aos leirienses.
Só que esse discurso ficou à porta do balneário. Um balneário reforçado depois da derrota em Alcanena (1×0), que motivou protestos e revolta no seio do grupo. Mês e meio depois, o sonho foi alcançado com mais três pontos que o Caldas.
«Explica-se na qualidade, no trabalho e na crença. Mesmo com esse resultado [Alcanenense], que manchou o nosso trajeto, apesar de, quem esteve presente ter percebido o porquê da derrota, a equipa fez das fraquezas, forças. A equipa já estava coesa e, pela forma como o jogo se desenvolveu, acabou por nos dar ainda mais força. Viu-se isso nos jogos seguintes, até pela revolta dos jogadores», contou-nos Rui Amorim, o treinador.
«Sabíamos que, quando fomos às Caldas da Raínha, esse seria o jogo-chave, pois nos poderia dar a dependência própria de depois termos que ganhar ao União de Leiria», acrescentou, no recordar de um percurso que registou a subida de produção dos albicastrenses e a quebra consecutiva do Caldas.
Uma fase de ambição e visibilidade
Chega agora a hora de se começar verdadeiramente a decidir, no que às contas da subida diz respeito. O trajeto ascendente e, até, miraculoso, poderá trazer um acrescento de motivação, mas essa, acredita, há em todos os outros qualificados.
«Penso que todas as equipas estão motivadas, independentemente do grau de dificuldade até aqui. Apesar de umas se assumirem de forma declarada e outras não, todas ambicionam chegar à Segunda Liga. Se formos atrás de orçamentos e mediatismos, certamente será o U. Leiria e depois vêm os outros. Mas, sabendo que o orçamento ajuda, isso não decide. O que decide é, esperamos nós, dentro das quatro linhas», vincou.
Confirmando a chegada do experiente Hernani, o técnico admitiu que «os alvos estão definidos, alguns já fechados, um já é público, os outros serão anunciados em breve», no que a mercado diz respeito.
Isto para enfrentar um outro mercado, o do Campeonato de Portugal, que ganha cada vez mais mediatismo: «É um campeonato onde existe bastante qualidade, quer ao nível de jogadores, quer de treinadores. A qualidade existe e o exemplo é o que se tem visto nos que saltam para a Primeira Liga. Agregado a isso, o destaque que vocês e outros vão dando à competição acaba por torná-la mais vistosa e atrativa».
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