
Em Castelo Branco ninguém esquece 1991. Foi o ano em que o Benfica e Castelo Branco, de Bernardino Pedroto, terminou a Divisão de Honra (atual Liga 2) a apenas um ponto da subida à Liga.
O Estádio do Vale do Romeiro estava cheio e, na cidade, o Benfica era o de Castelo Branco, não o de Lisboa.
Passaram mais de vinte anos, o clube andou perdido na 3.ª Divisão e as pessoas deixaram de ir à bola.
E a filial número sete do Benfica passou a ser «o Castelo Branco».
Mas tudo mudou esta época. Os albicastrenses lideram a série E do Campeonato Nacional de Seniores, com o melhor ataque da prova (34 golos) e com uma única derrota, ontem, em Touriz. António Machado, enfermeiro de 52 anos, está no segundo mandato de presidente. Foi atleta durante 17 anos e fez parte do plantel que quase subiu.
«Se tivéssemos subido, o clube estaria mais anos nas principais divisões. E tinha evoluído. Mas também se cometeram excessos financeiros naquele tempo e pagámos por isso. Hoje está tudo regularizado», sublinha António Machado, a A BOLA.
O BC Branco não está numa prova profissional desde 1993 e o entusiasmo cresce. Os albicastrenses são como o Sporting. Os adversários consideram-nos candidatos, os adeptos estão com a equipa, mas ninguém assume a luta pela Liga 2.
«Não consigo assumir a luta pela promoção, no futebol tudo muda. Era bonito, mas não posso ter esse sonho», reconhece António Machado.