«Orgulho no passado, esperança no futuro», pode ler-se no lema do Anadia. Esperança no futuro é coisa que não falta, de facto, ao emblema que participa na série D do Campeonato Nacional de Seniores (CNS).
O atual 2.º lugar é uma surpresa para todos, já que o objetivo passa pela manutenção, mas, com os pés bem assentes no chão, o clube quer continuar a sonhar.
Para que o sonho possa tornar-se realidade – entenda-se, ficar nos dois primeiros lugares, os que dão acesso à fase seguinte do CNS – é preciso decifrar o enigma que se segue: como é que uma equipa consegue ter o melhor ataque (25 golos marcados) e… ter a defesa mais batida (25 golos sofridos)?
Manuel Gama, guarda-redes que realizou grande parte do seu processo de formação no Benfica e que hoje é dono e senhor das redes do Anadia, reconhece não estar satisfeito com o rendimento defensivo da equipa:
«Temos sido batidos em imensos lances de bola parada. Até concedemos poucas oportunidades aos adversários, mas também temos sido muito ineficazes no processo defensivo. Fico triste quando sofro mas contente porque a equipa costumar marcar bastantes golos.»
Nuno Branco, defesa-central, capitão de equipa e uma das referências do Anadia – é um dos atletas com mais jogos realizados pelo clube em toda a sua história -, de 35 anos, também não encontra explicação para o sucedido, porque a equipa é muito forte ofensivamente… com o seu contributo, diga-se. É que Nuno Branco é o melhor marcador da equipa, com 9 golos.
«Claro que é sempre bom marcar tantos golos. Tento sempre a minha sorte quando subo à área contrária, mas o facto de ser eu a marcar as grandes penalidades dá uma grande ajuda. Defensivamente é uma coincidência infeliz sofrermos tantas vezes. Seja de bola parada ou fruto de algum erro individual, a verdade é que há momentos em que as coisas não saem bem», confessou.

Eduardo Pedrosa Marques (www.abola.pt)