No dérbi entre vizinhos, o Fátima regressou às vitórias através de um golo de André Fontes marcado no decorrer da segunda parte.
A atravessar uma profunda crise financeira, entre rescisões e lesionados, o Fátima apresentou apenas 15 jogadores na ficha de jogo, seis dos quais naturais daquela cidade. No entanto, tal como tem acontecido nos últimos jogos, a equipa liderada por Vasco Cordeiro voltou a demonstrar uma tenacidade surpreendente, superiorizando-se a um adversário de quem se esperava muito mais e que só criou verdadeiro perigo nos descontos. O Alcanenense até começou bem o jogo, com o trio ofensivo a criar algumas dificuldades ao último reduto contrário. Mas a defensiva do Fátima, que estreou o jovem Bruno Heleno, não tremeu e a pressão inicial esbateu-se. A partir daí, Perre, Fontes e Mauro, apoiados por um meio-campo coeso, tomaram conta do jogo, ameaçando a baliza de Cléber em várias situações. Aos 20 minutos, o remate de Perre deu a sensação de golo, mas a bola saiu às malhas laterais.

Suspeitos do costume

O domínio do Fátima foi mais notório na segunda parte, com Perre e Fontes a desperdiçarem várias ocasiões de finalização, perante um adversário lento e inconsequente nas ações ofensivas. O golo surgiu aos 71’, através dos protagonistas do costume: Perre cruzou e Fontes cabeceou para o fundo das redes.
A reação do Alcanenense só se fez sentir nos últimos minutos e foi Ito, num livre direto, quem esteve mais perto do golo. No final, os jogadores do Fátima saíram de campo de lágrimas nos olhos. Quarta-feira é, por agora, a data limite para o pagamento dos quatro meses de salários em atraso.

Nuno Miguel Oliveira