
Nesta quarta feira a sensação de dé já vú pairou sobre a aldeia do hóquei na receção ao Valongo em jogo a contar para a 5ª jornada do Nacional da 1ª divisão. Depois de duas vitórias nos dois jogos europeus para ambas as equipas no sábado, a importância de um resultado positivo neste embate do campeonato tinha maior expressão para os da casa, que não queriam perder mais pontos no Inferno de Turquel. No entanto, o jogo mostrou que a noite fria de Turquel tolheu os movimentos dos jogadores da casa e também dos adeptos presentes na bancada. A “chama” raramente se acendeu, a empatia equipa/público escasseou e o Valongo mostrou argumentos de sobra para manietar o ataque alvinegro, com uma defesa agressiva e um guarda redes “gigante”. O internacional português Ângelo Girão foi mesmo o protagonista principal, juntamente com a dupla de arbitragem, composta pelos graduados Miguel Guilherme e Luís Peixoto que “borraram a pintura” em lances de ajuízamento complicado, muitas das vezes em favor dos forasteiros. No final o 1-3 permitiu aos valonguenses festejarem efusivamente e veio à memória o resultado da temporada passada (1-5) a 13 de outubro de 2012.
Os primeiros minutos coincidiram talvez com o melhor momento dos alvinegros em todo o jogo, que conseguiram defender de forma agrupada, apenas permitndo meias distâncias ao adversário e atacando de forma ponderada, com bom aproveitamento do trabalho de pivot realizado pelo esforçado Daniel Matias. Nesta fase as oportunidades foram de sobra para bater um inspirado Girão na baliza visitante, mas parecia que o caminho para o golo estava sempre tapado. A partir dos dez minutos iniciais as mexidas na equipa do Valongo trouxeram outra frescura e maior pressão à primeira linha de saída dos da casa, que começaram a parar, a bloquear e a bombear bolas na frente que encontraram quase sempre um atleta do Valongo como destino. Ainda assim, o ascendente visitante acabou por não ser materializado em golos, pois a defesa alvinegra esteve consciente e concentrada, assim como Tuga que mostrou, mais uma vez, qualidade. A cerca de um minuto do fim da primeira parte, Daniel Matias comete falta sobre Telmo Pinto e o especialista Miguel Viterbo (6 penaltys convertidos em 6 tentativas no Torneio Dr. Joaquim Guerra) aproveitou para colocar a equipa nortenha em vantagem. Ao intervalo, 0-1.
No segundo tempo o início foi eletrizante, o número de faltas de equipa disparou e o ritmo das transições favoreceu o Valongo que, logo aos cinco minutos, ampliou num momento em que o HCT carregava sobre a baliza de Girão. A falta de eficácia fez com que a equipa de João Simões desprotegesse as costas e o intenso camisola quatro dos verde e pretos, Nuno Araújo, conseguiu desfeitiar Tuga para o 0-2. A descrença apoderou-se de todo o pavilhão, mas o azul a Nuno Rodrigues “Peixe”, no minuto seguinte, fez subir a adrenalina, ainda que Daniel Matias não tenha conseguido desfeitiar a “muralha” Girão. A partida estava ao rubro, Paulo Passos levou também ele azul por palavras dirigidas ao árbitro e a 10ª falta de equipa do HCT chegou em seguida, mas João Souto não conseguiu enganar Tuga, que começava a sobressair na baliza dos visitados, encetando um duelo aceso entre dois dos melhores guarda redes nacionais. Logo de seguida o lance mais polémico do encontro, Paulo Passos coloca a bola no interior da baliza de Girão, Luís Peixoto assinala golo e Miguel Guilherme penalty por Girão ter prendido a bola, tendo prevalecido a decisão do segundo. Na conversão do castigo, Tiago Rafael não conseguiu fazer golo, depois de mais uma enorme defesa do guardião nortenho. Como “quem não mata…morre”, em mais uma contra ataque venenoso, João Souto assinou um dos momentos da noite quando, isolado perante Tuga, fez uma picadinha fenomenal e colocou o resultado em 0-3. Pensou-se que tudo estaria perdido, mas a reação dos da casa foi forte, apesar de ter sido mais com o coração do que com a cabeça, Vasco Luís reduziu para 1-3 num lance de génio em que arrancou da sua área em velocidade, passou por três adversários e finalmente conseguiu furar a oposição de Girão, mas logo em seguida o guardião visitante voltou a brilhar, negando o 2-3 a Paulo Passos na conversão do livre direto da 10ª falta de equipa do Valongo, naquela que foi a terceira bola parada desperdiçada em três tentativas por parte dos visitados. Uns minutos depois, num livre frontal, Vasco Luís introduziu a bola na baliza forasteira e já com toda a gente a festejar, Luís Peixoto anulou o lance, por pertençamente a bola ter batido na perna de Paulo Passos. Nesta altura o pavilhão revoltou-se contra a dupla de arbitragem que até final teve decisões nervosas, como uma bola que bate no peito de Henrique Magalhães dentro da área, no limite do penalty e da bola alta e dois cartões azuis mostrados a Tiago Rafael (falta sobre Rafa) e a João Simões (por palavras) já numa fase de desespero.
Local: Pavilhão Gimnodesportivo de Turquel
Árbitros: Miguel Guilherme (Lisboa), Luís Peixoto (Lisboa), Paulo Carvalho (3º árbitro) (Leiria)
H.C. Turquel: Marco Barros “Tuga” (GR), Tiago Rafael, Pedro Vaz, Daniel Matias, Vasco Luís (1), Paulo Passos e Fábio Alexandre.
Não jogaram: Samuel Santos (GR), Alexandre Duarte e André Luís (C).
Treinador: João Simões
A.D. Valongo: Ângelo Girão (GR), Miguel Viterbo (C) (1), José “Rafa” Costa, João Souto (1), Hugo Azevedo, Telmo Pinto, Nuno Araújo (1), Henrique Magalhães e Nuno Rodrigues “Peixe”.
Não jogou: Diogo Sampaio (GR).
Treinador: Paulo Pereira
Ao intervalo: 0-1
Resultado Final: 1-3
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