
“Digo isto na posição em que estou, mas o discurso seria o mesmo se ocupasse o 1.º lugar: Alguém não está a pensar o desporto em Castelo Branco. As equipas até têm condições para oferecer aos atletas, mas depois faltam… atletas. Não há jogadores de futsal e parece até que cada vez são menos. Alguém tem de repensar o modelo formativo”.
As palavras são de Jorge Pina, ligado em todo o seu percurso desportivo à modalidade. Elogia a Boa Esperança por ter começado com a academia há alguns anos, “mas isso leva tempo a dar frutos”.
A crise de jogadores é, no entender do treinador do Ladoeiro, motivo de reflexão: “alguém andou a brincar com isto. E ainda anda. Não estou contra o apoio aos seniores, pelo contrário. O que não aceito é que se descure a formação”.
O facto de a formação ser paga pelos pais em quase todo o lado, também não tem em Jorge Pina um adepto: “há meninos que gostariam de praticar e até teriam qualidade para isso, mas pela dificuldade financeira é-lhes vedado o acesso. Se calhar não têm dinheiro para sapatilhas, quanto mais para pagar as mensalidades”.
No Ladoeiro, o problema é outro: “não temos mais atletas porque realmente não há jovens. Porque a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal dão condições para que os seus atletas da formação não tenham de pagar esse serviço”.
“O que digo é válido para Castelo Branco, Covilhã ou Idanha. Cada vez há menos praticantes. Um dia isto vai esgotar”, rematou o treinador
JORNAL RECONQUISTA