Irmãos juntos pela paixão do futsal

IO mais novo chama-se Daniel José Neves Silva, tem 22 anos e o “nome de guerra” é Pimpolho. O outro, mais velho, dá pelo nome de Carlos Miguel Neves Silva, tem 24 anos e nunca lhe deram alcunha. Ambos dão tudo por tudo pelo futsal da Académica. São irmãos e nasceram no Louriçal, terra onde o futsal quase que tem mais adeptos do que o próprio futebol.
A culpa é do Instituto D. João V, clube que acolheu os dois irmãos e os desenvolveu para o futsal. Primeiro, claro, o mais velho, Miguel Silva, sempre foi o mais “tecnicista”. O mais novo, Pimpolho, nunca gostou muito de futebol, começou no “ping-pong” até que o bichinho da bola falou mais alto. Agora, é o irmão mais velho que diz que o mais novo até tem mais jeito para o futsal… As voltas que a vida dá. “Eu sempre fui mais evoluído tecnicamente, passava por ele e gozava sempre. Ele fartava-se de me chamar nomes…”, diz Miguel Silva. “Jogar com o meu irmão é engraçado.”, solta Pimpolho, mais contido nas palavras.
Pimpolho e Miguel Silva sempre jogaram juntos até que o mais novo tentou a sorte na UD Leiria, clube onde jogou durante dois anos. Mas o irmão voltou a chamá-lo para o Instituto e o reencontro deu-se com naturalidade. No fim do ano passado, a bomba: o Instituto fechava portas e os horizontes dos dois futsalistas tiveram um futuro bem preto. Preto porque surgiu a Académica a resgatar os dois irmãos e agora é com o losango ao peito que vão baralhando os adversários… “Ao longo destes anos fomo-nos dando cada vez melhor, somos cada vez mais amigos o que contribui para que as coisas corram bem entre nós. Mas às vezes no treino por ser meu irmão é natural que me sinta mais á vontade para lhe dar uma cacetadinha, pois também não lhe faz mal de vez em quando.”, diz Miguel, logo corroborado por Pimpolho, no meio de muitos sorrisos.
Em casa, as vitórias são festejadas a dobrar mas o pior é na hora da derrota. Sofre quem vive com eles porque tem de “aturar” duas tristezas. As histórias, essas, são mais do que muitas. “Lembro-me bem quando éramos miúdos, nas férias, passávamos as manhãs e tardes num polidesportivo ao lado de casa. A nossa mãe dizia-nos para estarmos em casa a uma determinada hora mas nós chegávamos muito atrasados. Entrávamos na sala e já ouvíamos a gaveta das colheres de pau a abrir.”, confessa Miguel, o mais velho.
No início da temporada, a Académica foi a nova aventura dos dois irmãos e, para já, orgulho é a palavra que mais sobressai no discurso de ambos os jogadores. “Fiquei bastante contente e orgulhoso por poder vestir a camisola da Académica, um clube especial para mim porque estudo na Universidade de Coimbra. É um prazer enorme vestir esta camisola, a sensação é boa, mas por um lado sabemos que temos de ter muita responsabilidade quando a vestimos, porque a Académica tem que entrar em todos os jogos para ganhar.”, adiantou Miguel Silva.
O irmão Pimpolho seguiu a mesma linha de pensamento e deixa fortes elogios à Mancha Negra. “É uma sensação muito boa porque é um clube grande e bastante conhecido por ter uma equipa de futebol profissional… Sinto-me bem aqui, temos um grupo fantástico e uns adeptos formidáveis como a Mancha Negra que nos dá um grande apoio e muita força para dentro de campo e isso é importantíssimo para nós.”, finalizou.
A qualidade do futsal apresentado por ambos não deixa dúvidas a ninguém. E quem fica a ganhar é a Académica…

Comentários e pings estão fechados.

Comments are closed.

Criado por pombaldir.com Nenhuma parte deste site pode ser reproduzido sem a autorização do jornal "O Derbie" Sugestões e Criticas a este site: [email protected] ou 968 628 512 e 236 217 163