Futsal I “Eu já me sentia um treinador capaz quando treinava o Instituto”

Nuno Dias comanda desde 2012 o Sporting Clube de Portugal, após ter passado entre 2006 e 2011 pelo Instituto D.João V. O Treinador, natural de Cantanhede, de 47 anos, é considerado um dos melhores do mundo nesta modalidade que apaixona milhões de portugueses.
Ao serviço do Sporting conquistou uma 1 UEFA Futsal CUP, 5 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal, 2 Taças da Liga e 5 Supertaças. O técnico concedeu uma entrevista a O DERBIE onde abordou os principais temas que marcam a atualidade, bem como o seu percurso desportivo.

O percurso desportivo do Nuno Dias não começou no futsal, mas no futebol?
É verdade. Eu joguei futebol até aos 24 anos. Eu jogava no Marialvas, na terceira divisão, contudo nesse ano não consegui conciliar o estudos com o futebol. Acabei por ser convidado para jogar futsal na Académica. Eu jogava futsal em alguns torneios no verão, mas nunca tinha praticado a modalidade.
No primeiro ano subimos a Académica à primeira divisão. Depois, o professor Rui Gama convidou-me para ir para o Instituto.

No Instituto termina a carreira e assume o cargo de treinador?
É verdade. Joguei alguns anos e depois assumi o cargo de treinador da equipa sénior. Na formação já tinha orientado o Colégio de Monte Redondo e o Coimbrão. Conseguimos títulos distritais
e disputamos taças nacionais, mas comandar a equipa sénior do Instituto na primeira divisão era, sem dúvida, um desafio aliciante.
Eu tive a sorte de estar rodeado de excelentes pessoas no Instituto. Pessoas extremamente bem formados e que me ajudaram muito. Ter atletas como o Pascal, Castro, Batalha, Mourão, Pimpolho, Miguel, Ruzinho e o Nino foi muito importante.

O Nino joga ainda no NSCP Pombal e continua com a veia goleadora?
Eu sempre que falo com ele, trato-o como meu capitão. Ele faz tudo dentro da área e sabe defender. Se fosse mais jovem, confesso, que gostava de tê-lo no Sporting. Será sempre um dos melhores pivots que passou pelo futsal português.

Seguiu-se a experiência na Rússia como adjunto do Paulo Tavares?
Exatamente. Foi uma experiência muito enriquecedora, numa liga muito profissional e extremamente competitiva. Foi a primeira vez que fui profissional e em que vivia o futsal durante 24 horas. Com todas as dificuldades inerentes ao facto de estar longe, foi uma experiência espetacular.

Quando recebe o convite do Sporting. Sentiu que estava preparado para aceitar o desafio?
Eu já me sentia um treinador capaz quando comandava o Instituto. Não me sentia nada inferior aos outros. Eu sou uma pessoa com muita confiança e que acredita muito no seu valor.

Ganhar a UEFA Futsal CUP foi um momento épico, ainda para mais após duas finais perdidas?
Nós preparamos-nos muito bem. Com todo o mérito vencemos a competição. Nos anos anteriores, não tínhamos conseguido a vitória, mas ter conseguido a vitória é um feito que só está ao alcance dos melhores. Com aquela conquista sentimos, na altura, que éramos o melhor clube do mundo.

Como analisa a recente reformulação dos quadros competitivos realizados pela FPF?

Ainda não tive a oportunidade de me debruçar muito sobre este tema. Não entendo muito bem o interesse. São 14 equipas na liga Placard, daqui a dois querem passar para 12, mas vamos aumentar para 16. Não entendo muito bem esta medida.
Se querem atribuir classificações para subidas, parece-me lógico terminar a liga Placard. A FPF vai ter que indicar dois clubes para a UEFA futsal Champions League, mas o campeonato não terminou.
Mais ridículo é a não realização da Taça de Portugal. Vamos ver se será retomada em setembro, porque só faltavam ser disputadas as meias finais e a final da competição.
Saúdo o regresso da 3.ªdivisão até por uma ordem geográfica e pela contenção de despesas. Há também mais dérbis e, isso, é também bastante positivo. Voltando à Liga Placard, não entendo esta medida. Queremos reduzir, mas decide-se aumentar o número de clubes.

O miúdo de Cantanhede “escalou a montanha” e chegou ao topo da modalidade?
É verdade. Acho que, para aqueles, que têm duvidas que o trabalho compensa, acho que poderei ser um bom exemplo. Basta ser empenhados, dedicados e fiéis aos nossos objetivos.
Quem diria que o miúdo de Cantanhede estaria hoje a defender as cores do campeão europeu.

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