“Reduzimos o passivo do clube de perto de 400 mil para menos de 100 mil euros”

Apesar de não ter ainda assumido uma recandidatura, Vítor Marques pretende levar o maior número de pessoas ao Campo da Mata para apoiar o principal clube do Município, oferecendo bilhetes a todas as Juntas de Freguesias que farão a sua distribuição pelas pessoas. Deste modo o clube poderá cativar mais patrocinadores e ter o retorno financeiro, se o público voltar a ter o hábito de ir à Mata.Em entrevista, Vítor Marques revela que o passivo do clube baixou dos 400 mil para os cem mil em pouco mais de quatro anos de trabalho.
O presidente do Caldas desafia a autarquia a não deixar de apoiar e não cortar o apoio às colectividades, clubes e associações do Município, ao mesmo tempo que denunciou que os atrasos do pagamento do contrato-programa por parte da Câmara estão a causar algum transtorno financeiro, devido aos seus compromissos com segurança social e finanças.

JORNAL das CALDAS: Face ao ano de crise, como está a situação financeira do Caldas Sport Clube. Quais os encargos mensais?

Vítor Marques: Estamos a chegar ao final de três anos de trabalho. Dois como direção e um como comissão administrativa e todos estes anos se revelaram anos de crise económica e aquilo que fizemos foi reduzir o passivo do clube de perto de 400 mil para menos de 100 mil euros, conforme iremos apresentar na próxima Assembleia.
Certo é que o ano que agora se inicia demonstra um agravamento da crise económica e aquilo que terá que ser feito por todos, clubes, empresas e cidadãos, é um reestruturar de prioridades e redefinir de orçamentos, ajustando as despesas às receitas reais e não às previsíveis. Não podemos contar com aquilo que não temos.
Os encargos mensais do clube, considerando as despesas correntes, os acordos e o pagamento de dívidas antigas são de perto de 20 mil euros.

J. C.: Quais as receitas?
V. M.: As receitas do clube assentam nas quotização dos sócios, das quotizações dos atletas, de receitas das actividades e jogos, de publicidade, de patrocínios e de contrato programa com a Câmara Municipal das Caldas da Rainha.

J. C.: Como estão os pagamentos da autarquia e dos patrocinadores ao clube?
V. M.: Os pagamentos da autarquia encontram-se atrasados tal como outros pagamentos de publicidade, sendo um problema generalizado e que causa bastante transtorno, podemos mesmo dizer que o nosso orçamento, despesas versus receitas, é equilibrado, mas nesta altura temos problemas de tesouraria, fazendo com que se atrasem os pagamentos dos nossos compromissos.

J.C.: E as receitas no Campo da Mata e na Quinta da Boneca?

V. M.: O trabalho que se tem vindo a desenvolver com a nossa equipa sénior, com a integração dos atletas da formação e com o aumento significativo da qualidade e dos resultados, faz com que haja mais pessoas do que nos anos anteriores.Em relação às equipas do futebol juvenil verifica-se um número de assistentes idêntico aos anos anteriores mas com menos apoios nos sorteios que fazemos, fruto da situação económica que atravessamos.

J. C.: Como vê o ano de 2011 para o futebol profissional e juvenil?

V. M.: Os resultados desportivos das nossas equipas, tudo leva a crer, vão estar em conformidade com os nossos objectivos, não deixando de estar atentos a alguma oportunidade que nos possa surgir e que queremos aproveitar.

J. C.: Como é que o Caldas pretende ultrapassar as dificuldades financeiras, durante este ano e restantes?

V. M.: As actividades desportivas que o clube levará a efeito terão de ser sempre equilibradas com as receitas. Prevejo mais dificuldades, mas aproveito para lançar o desafio à Câmara Municipal das Caldas da Rainha para se esforçar em manter os apoios às colectividades do nosso Município, que em muito substituem o Estado, pela necessidade que estas têm e pelo trabalho desenvolvido, que permitem os nossos jovens poderem usufruir da prática desportiva. Jovens bem formados darão melhores adultos.

J. C.: Quantos atletas possui o clube, nos escalões juvenis e seniores?
V. M.: O clube nesta altura tem cerca de 380 atletas, em futebol e futsal, 17 equipas em competição, desde os nossos Pelicanos aos nossos Veteranos.

J. C.: Como poderá o clube obter mais receitas de bilheteira. Há alguma campanha pensada para levar mais gente à Mata?

V. M.: Temos a decorrer uma campanha “Ao Domingo futebol é na Mata”, onde oferecemos bilhetes às nossas Juntas de Freguesia, pretendemos trazer à Mata para assistir aos jogos de futebol do clube mais representativo do concelho os habitantes das nossas aldeias. Esperamos que no fim da campanha alguns continuem a vir apoiar as nossas equipas.

J. C.: Está disponível para continuar à frente da direcção do Caldas Sport Clube e continuar o projecto que abraçou?
V. M.: Haverá eleições em Abril. Os objectivos traçados estão quase todos realizados pelo que uma próxima direcção terá de ter um novo projecto que pensamos ser de continuidade. Nesta altura ainda não tomámos uma decisão. Foram três anos desgastantes mas gratificantes. Nos próximos dias apresentaremos a nossa posição.

J. C.: Mais alguma coisa que deseja acrescentar?
V. M.: Gostaria de lançar aqui um repto aos familiares dos nossos atletas, qualquer que seja o escalão, dos 4 aos 60 anos e a todos os caldenses, que nos treinos e ao fim-de-semana possam acompanhar as nossas equipas e apoiá-las quer seja na Mata, na Quinta da Boneca ou em qualquer outro campo. Só assim, os nossos jovens, ao sentirem o apoio terão condições de se transcender e ultrapassar as dificuldades e os objectivos criados com a convicção de que se o conseguirmos fazer no desporto também o conseguiremos fazer na nossa vida profissional e depressa ultrapassaremos as dificuldades que agora atravessamos.

Carlos Barroso (www.jornaldascaldas.com)

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